ilustração de Oliver Jeffers

18/12/09

A magia do Natal

Todos sabemos que o Natal tem magia…
Dá-nos vontade de nos abraçarmos e ficarmos ao cantinho da lareira, a lembrarmos as maravilhosas aventuras que a nossa família passou connosco ao longo do ano… mas, e quando o Natal perde a magia?
Entre flocos de neve, numa casa da Lapónia, o Natalino comia nervosamente os seus flocos de cereais. O trenó esperava lá fora para o levar à escola já decorado para fazer a grande viagem anual da noite de 24 de Dezembro.



-Ai, ai! O que é que o meu pai vai dizer… - disse o Natalino, ele, que é o Pai Natal! – repetiu ele, roendo as unhas.
-Mas como é que aconteceu?! – perguntou a Natália, a irmã pequena do Natalino.
-Não sei, acordei e a barba dele não estava branca. Estava verde! Acho que é influência das alterações climáticas.
-Talvez se pusermos umas decoraçõezitas, não se note tanto, disse Natália, ele ainda está a dormir!
-Aaaaaahhh!!!
-Ai, que ele já acordou! – disseram o Natalino e a Natália em coro.
-Não se preocupe, pai, venha tomar chocolate quente para acalmar. Já falámos com o São Nicolau e o Sr. Scrooge que vão distribuir as prendas este ano. Basta enviarmos um e-mail a todas as crianças a dizer que este ano o Pai Natal não pode ir, porque está com Gripe A. O Pai Natal está afónico e não faz Oh-oh-oh, só Atchim-atchim-atchim…

Dias depois, a caixa de correio do Pai Natal estava bloqueada com tantos desejos de melhoras de todo o Mundo.
Greenpeace, Quercus, BBC vida selvagem, atenção! O Pai Natal já foi afectado pelas mudanças climáticas.
A Magia do Natal tem de continuar!


João Ramos, 7.º B

Balada da Neve


Reciclar?

– É importante saber reciclar, pois assim podemos contribuir para um futuro melhor. Quem aqui, já reciclou? Todos levantaram a mão menos eu.
– Sofia, nunca reciclaste?
– Não, senhora professora.
– E então porquê?
– Porque é um desperdício de tempo andarmos aí a separar o papel e cartão do metal e do vidro. E também deito o lixo para o chão quando estou com pressa. Assim evito andar mais, até ao caixote de lixo, sabe…
– Sim, sei. Bom, quem é que já tem o dinheiro para a visita de estudo à Reciclolândia? - todos (sem excepção) levantaram a mão – Bem, vão todos, menos a Sofia.
– O quê?! -perguntei eu com muita indignação.
– Tu não vais.
– E então porquê?!
– Porque só vai quem perceber o significado da palavra reciclagem.
– Mas eu sei o que é a reciclagem.
– Então o que é?
– Reciclagem… É quando colocamos o lixo no respectivo ecoponto.
– Não, não é! – dizia a professora com muita certeza – mas vou dar-te outra oportunidade. Escreve uma composição de duzentas palavras a explicar o que é realmente, a reciclagem
– E se estiver correcta, vou à visita de estudo?
– Sim. Tem é de ter duzentas palavras.
– E se…
– DUZENTAS!

Fui para casa e pensei durante muito tempo sobre o assunto (sobre o texto que iria escrever, até à minha hora de dormir).
Quando acordei, reparei que estava tudo muito diferente: o meu quarto branco tinha-se transformado num horrível quarto verde com tudo o resto, relacionado com ambiente.
O pior veio a seguir. Quando abri a porta do meu quarto, deparei com uma fábrica da Reciclolândia! Nem queria acreditar. Encontrei também uma linda fada que me explicou que fui para ali através de uma máquina do tempo.
Mas, para ser sincera, diverti-me bastante e aprendi muito sobre a reciclagem.
Uma das coisas que aprendi, e que me interessou bastante, foi o facto das roupas que nós usamos serem feitas de plástico.
– Agora que já aprendeste tudo o que devias saber sobre a reciclagem, está na hora de voltares à tua casa.

De repente acordei. Afinal tinha sido apenas um sonho.


Emília Monteiro 7.ºC

08/12/09

A linha azul bebé

Era uma vez um Rato, um rato com letra maiúscula, porque este era o Rei dos ratos. Mas estes ratos, por mais gordos ou altos que fossem, eram com letra minúscula, porque eram apenas os criados, nada mais do que isso para o Rei dos ratos. Na verdade, estes ratos com letra minúscula nem sequer tinham vida própria. Tudo o que o rei pedia, eles tinham de fazer ou então…ZÁS! Eram enforcados!

Eu sei, era um rei terrível mas tinha defeitos mais “suaves”, embora aborrecidos, sim muito aborrecidos. A sua roupa não podia ser vista em mais sítio nenhum, ou seja, tinha de ser única no Mundo, por isso tinha o seu próprio alfaiate. Porém, com o feitio do Rei dos ratos, o alfaiate foi-se embora. O Rei dos ratos ficou furioso e disse a todos os ratos:
- TÊM DOIS DIAS PARA ME TRAZEREM UM ALFAIATE SÓ PARA MIM, SE NÃO…hum SE NÃO…hum… PONHO-VOS TODOS NA PRISÃO! É ISSO MESMO! TO-DOS-NA- PRI-SÃO! MEXAM-SE!
Todos os ratos começaram a correr de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Parecia a hora de ponta no metro.



Mas, no meio de todos eles havia um ratinho muito pequenino que sabia exactamente o que fazer. À frente do Palácio do Rei dos ratos havia uma loja de linhas e como Chico (o ratinho) era pequenino, conseguia facilmente passar por debaixo daquelas portas velhas, que há nas casas antigas onde parece que a madeira não chega para acabar a porta, por isso ficam sem uns centímetros em baixo.
Quando chegou à loja, Chico foi ter com a sua amiga Linha Azul Bebé e desabafou com ela:
- Olá! - disse Chico, mal entrou na loja.
- Olá! – Respondeu Azul – Então o que fez desta vez aquele feioso Rei dos ratos? – fazendo uma careta ao pensar no Rei.
- Bem, lembras-te do Gaspar, o alfaiate simpático de que eu te falei? Foi-se embora…
- Também não admira, com o feitiozinho que o Rei tem, eu fazia o mesmo. A não ser que me tratasse bem, o que é muito difícil!
- Pois, mas agora deu-nos dois dias para encontrarmos alguém que possa substituir o Gaspar.
- Mas isso é fácil... a D. Rosa!
- Quem? A dona desta loja? Nem pensar, não tinha paciência.
- Tinha, tinha. E dava-lhe umas belas respostas – afirmou Azul confiante.

Depois disto, o Chico foi falar com a D. Rosa e, por incrível que pareça, ela aceitou. Desde esse dia fez montanhas de fatos únicos e o Rei pagou-lhe muito bem e até estava mais amável!
Parecia apaixonado!
Um dia acabaram-se os fatos e o Rei pediu a dois ratos que fossem à loja contar o grande drama. Estes foram, rindo-se pelo caminho até encontrarem a D. Rosa, que se riu ainda mais do que eles.
Quando chegou ao Palácio, a D. Rosa deparou-se com um problema! Não tinha linha azul…aquele azul da Linha Azul Bebé, a amiga do Chico, lembram-se? O Chico lembrou-se:
- A Linha Azul Bebé! – disse em voz alta. – É perfeita.
- Tens razão - concordou a D. Rosa. – Vou lá buscá-la.
Foi buscar a Azul e voltou num ápice. Mas, quem ficou muito contente foi o Rei dos Ratos e, pela primeira vez, os Ratos foram chamados com letra maiúscula.
Graças à Azul, a Linha Azul Bebé, passou a viver-se em paz naquele reino.

Maria Saramago, 7.º C