ilustração de Oliver Jeffers

03/04/11

horizontes

Vista para o mar

Eu, da minha janela, vejo o meu terraço novo com duas cadeiras e uma mesa. Numa das cadeiras, vejo um vestido e um chapéu. Na mesa, observo uma garrafa de vinho e vários tipos de citrinos. Dia perfeito para fazer um piquenique sozinho, apenas com a Natureza. Só de olhar, já me dá a fome da deliciosa laranja, a chamar por mim. Sento-me na cadeira.

Está um dia calmo, sem vento, sem som, apenas oiço o barulho leve das ondas fracas que vejo ao longe. Um mar azul limpo, junto a uma imensa pradaria verde, cheia de vida e de uma Natureza linda que a criou. De longe, a melhor vista do mundo.


Vasco Infante, 8.º B

A Vista

O horizonte, banhado pelo mar, de uma água límpida e com um belo tom de um azul natural. O mar, que banha a ravina à beira mar que talvez tenha alguns indícios de civilização e industrialização.
Toda esta bela vista, obtida a partir de um magnifico terraço que tem vestígios de riqueza; um chapéu talvez tenha vindo de Paris ou até Milão dentro de uma mala Louis Vitton, com duas espreguiçadeiras provavelmente de um tecido fino, uma mesa com desenhos florais, uma travessa com fruta vinda do Norte do país, mas também uma garrafa, talvez de um Moet Chandon, quem sabe.

Pode parecer que estou neste momento neste terraço, mas na verdade a caminho do comboio passei por uma imobiliária, e tive o prazer de contemplar um terraço onde provavelmente nunca terei o prazer de nele me repousar.

Miguel Baptista, 8.º B
 
(Maia, Vista para o Mar, 1996 - clicar na imagem para aumentar)

O terraço virado para o mar

O sol nasceu há algum tempo e eu encontro-me no terraço da minha casa.
Uma brisa fresca faz-se sentir vinda do lado do mar, esse mar de um azul profundo que transmite frescura para o dia que se avizinha.
As cadeiras esperam e convidam a uma manhã de leitura.
O sol aquece e queima fortemente. Olhando para a vegetação verde dos montes circundantes, apetece-me caminhar por esses trilhos fora. Mas não saio daqui. É neste terraço, donde vejo esta paisagem singular, que espero a chegada dos meus amigos para partilhar estas férias de Verão.
A campainha toca e às duas cadeiras do terraço outras se juntam, assim como almofadas e tapetes que recebem todos comodamente.
Mas é à noite que este terraço ganha mais vida. Sob um céu estrelado ouvem-se as conversas, risos e gargalhadas no meio de canções acompanhadas pelo sussurrar do mar.


Ana Catarina Antunes, 8.º B


* actividade no âmbito da Descrição de um espaço a partir de uma imagem

Crítica do Concerto “Beethoven - Sinfonia nº5”

O Concerto Beehoven – Sinfonia nº 5 realizou-se no Auditório Senhora da Boa Nova, em S. João do Estoril, no passado dia cinco do mês de Dezembro.

Neste Concerto, com duas partes distintas, coordenado e dirigido pelo Maestro Nicolay Lalov, participaram a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (OCCO) e o artista convidado Giampiero Sobriano.

A abertura do espectáculo esteve a cargo do mesmo Maestro. Entre outros aspectos, apresentou o programa para este último concerto do ano (antes do esperado Concerto de Natal em finais de Dezembro a encerrar este ano musical e do concerto em Janeiro a abrir o Ano Novo!), tendo destacado as razões das escolhas musicais para este concerto. Mencionou a elevadíssima força resultante da música de Beethoven, relacionada com a forte personalidade do autor, aspecto em torno do qual o Maestro decidiu incluir, neste espectáculo, músicas de Fr. Schubert e C. M. Von Weber.

(clicar na imagem para aumentar)


Sobre a OCCO, fundada em 2000, refira-se que esta tem mais de uma centena de actuações anuais, em Portugal e no estrangeiro, desde concertos sinfónicos, recitais de música de câmara, concertos didácticos e animações. A OCCO continua a ser dirigida pelo seu criador, o Maestro Nikolay Lalov. Para além desta, o maestro criou igualmente várias outras orquestras e conjuntos na Bulgária e em Portugal, país que escolheu para viver a partir dos finais dos anos oitenta. Devido a estas actividades de intercâmbio cultural internacional, N. Lalov é considerado um verdadeiro “embaixador da música e da cultura”. Para além de Director Artístico e de Maestro Titular da OCCO, é de notar que (em parceria com a professora Stela Lalova, sua esposa) é autor de Um sonho Mágico, a primeira ópera infantil composta em Portugal.

Sobre o artista convidado, Giampiero Sobriano clarinete, italiano graduado com honras pelo Conservatório de Alessandria, é bom acrescentar que tem participado em competições internacionais de clarinete, nomeadamente em Itália e França e tem sido solista em várias orquestras como a Orquestra sinfónica da RAI, Orquestra Lilarmónica de Turim, Orquestra da Fondazione Arena di Verona, entre outras.

A primeira parte do concerto foi constituída por uma Abertura em Estilo Italiano D590 em Ré de Fr. Schubert e com o Concerto para Clarinete Nº2 em Mi bemol Maior Op.74, onde o artista convidado, Giampiero Sobrino, presenteou, com uma actuação brilhante, a enorme plateia ali presente naquela acolhedora sala, que fazia esquecer que lá fora estava um fim de tarde imensamente chuvoso. Com a devida justiça, foram muitos os aplausos, tanto para a Orquestra, como para o convidado e para o Maestro. Mas o melhor (diríamos nós!) ainda estava para vir após o intervalo.

Na segunda parte, foi brilhantemente interpretada a Sinfonia Nº5 em Dó menor Op.67 de L. V. Beethoven, “a tal música que vem nos telemóveis”, dizia a meu lado uma criancita durante o intervalo. De facto, por estas e outras razões, uma música para todos, realidade que justifica a sábia escolha desta música para este espectáculo por parte do Maestro. Pelo modo como se envolveu na direcção da orquestra, depreendia-se que o Maestro aprecia a força desta música, razão pela qual o mesmo “irradiava e transpirava música” a que ninguém passou indiferente.

Estes momentos inspiram-se e dão-me força para o meu dia-a-dia de adolescente.

No final, os aplausos foram enormes e imensamente merecidos. Brilhante e majestoso são os dois adjectivos me ocorrem referir para classificar este concerto.

Felizmente, em Portugal, é possível assistir a muito talento na música, como comprova este magnífico concerto.

Sempre que posso, assisto a um bom concerto. Aprecio muito estes espectáculos enquanto espectador e enquanto guitarrista.

Como aspectos negativos, há no entanto a comentar que a imprensa não esteve presente (pelo menos não me apercebi!), facto muito lamentável, que espelha o estado da cultura e da arte na nossa região e do nosso país em geral.

Francisco Baptista, 8.º B

* trabalho realizado no âmbito da actividade "Uma crítica - jornalismo cultural", do conteúdo curricular Os Media