ilustração de Oliver Jeffers

22/04/12

Tormento

Amigo,
Estes últimos dias têm sido um tormento, ficámos presos numa ilha estranhamente assustadora.
O nosso navio estava normal até que encalhou com um banco de areia, partiu o casco e levou-nos a todos os sobreviventes e ao tesouro para uma enseada.

(fotografia da professora Teresa Oliveira.)


Temos ao nosso cargo crianças pequenas e um tesouro resultante de um dos melhores negócios do oriente. Nem imaginas, temos marfim, pedras preciosas e quilos de ouro. Como deves imaginar, o nosso problema não é o dinheiro, mas sim o que fazer com ele.

As árvores são enormes, e cheias de frutos e os animais convivem connosco livremente, por isso à fome não morremos. Mas não é a fome que me preocupa, és tu. Quero saber tudo, como tens passado, noticias sobre o país, e já nasceu o primeiro dente ao Manuel?
A viagem foi um inferno, mães a confortar as crianças que não paravam de chorar, muitos morreram devido a objetos que lhes atingiam a cabeça e a água não parava de entrar para o navio. Um autentico cenário de terror.
Espero que esteja tudo bem com vocês e estou desejoso de chegar a casa.

Um amigo.

Tiago Rodrigues, 9.º B

* Texto do Teste Intermédio de Língua Portuguesa

Carta


Querido amigo
Tinha partido da América, com os meus tripulantes, pronto a atravessar o Atlântico.
Não sabíamos o mal que nos esperava. Embarcamos, com comida e todo o material necessário, e os dias foram passando. Foi então que uma inesperada tempestade nos atingiu.
A tempestade não foi branda com a minha embarcação, grandes ondas nos atingiram, bem como grandes relâmpagos.
O barco, sobrecarregado, começou a “dançar” foi então que decidi abdicar de alguma prata que trazia abordo.

(fotografia da professora Teresa Oliveira.)

Já a meio da viagem, e com menos a transportar, devido ao que se tinha mandado borda fora, embatemos numa ilha, a qual desconhecia. Durante dias alimentamo-nos com o que restava dos nossos mantimentos, mas os mantimentos não duraram para sempre, e foi aí que decidimos, com os destroços do barco, construir uma pequena barca, e tivemos de decidir quem ia e quem ficava. Tive de deixar na ilha três dos meus homens, e muito do que transportava, parti, consciente que não levava nada do que inicialmente levava, tinha perdido todo o ouro e prata, a única coisa que mantinha era a minha vida.
Quando cheguei  a terra, eu e os meus homens fomos assistidos e alimentados, e assim vivemos para contar, e recordar os que não sobreviveram.


Um amigo.

Miguel Baptista, 9.º B

* Texto do Teste Intermédio de Língua Portuguesa.