ilustração de Oliver Jeffers

03/04/11

Crítica do Concerto “Beethoven - Sinfonia nº5”

O Concerto Beehoven – Sinfonia nº 5 realizou-se no Auditório Senhora da Boa Nova, em S. João do Estoril, no passado dia cinco do mês de Dezembro.

Neste Concerto, com duas partes distintas, coordenado e dirigido pelo Maestro Nicolay Lalov, participaram a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (OCCO) e o artista convidado Giampiero Sobriano.

A abertura do espectáculo esteve a cargo do mesmo Maestro. Entre outros aspectos, apresentou o programa para este último concerto do ano (antes do esperado Concerto de Natal em finais de Dezembro a encerrar este ano musical e do concerto em Janeiro a abrir o Ano Novo!), tendo destacado as razões das escolhas musicais para este concerto. Mencionou a elevadíssima força resultante da música de Beethoven, relacionada com a forte personalidade do autor, aspecto em torno do qual o Maestro decidiu incluir, neste espectáculo, músicas de Fr. Schubert e C. M. Von Weber.

(clicar na imagem para aumentar)


Sobre a OCCO, fundada em 2000, refira-se que esta tem mais de uma centena de actuações anuais, em Portugal e no estrangeiro, desde concertos sinfónicos, recitais de música de câmara, concertos didácticos e animações. A OCCO continua a ser dirigida pelo seu criador, o Maestro Nikolay Lalov. Para além desta, o maestro criou igualmente várias outras orquestras e conjuntos na Bulgária e em Portugal, país que escolheu para viver a partir dos finais dos anos oitenta. Devido a estas actividades de intercâmbio cultural internacional, N. Lalov é considerado um verdadeiro “embaixador da música e da cultura”. Para além de Director Artístico e de Maestro Titular da OCCO, é de notar que (em parceria com a professora Stela Lalova, sua esposa) é autor de Um sonho Mágico, a primeira ópera infantil composta em Portugal.

Sobre o artista convidado, Giampiero Sobriano clarinete, italiano graduado com honras pelo Conservatório de Alessandria, é bom acrescentar que tem participado em competições internacionais de clarinete, nomeadamente em Itália e França e tem sido solista em várias orquestras como a Orquestra sinfónica da RAI, Orquestra Lilarmónica de Turim, Orquestra da Fondazione Arena di Verona, entre outras.

A primeira parte do concerto foi constituída por uma Abertura em Estilo Italiano D590 em Ré de Fr. Schubert e com o Concerto para Clarinete Nº2 em Mi bemol Maior Op.74, onde o artista convidado, Giampiero Sobrino, presenteou, com uma actuação brilhante, a enorme plateia ali presente naquela acolhedora sala, que fazia esquecer que lá fora estava um fim de tarde imensamente chuvoso. Com a devida justiça, foram muitos os aplausos, tanto para a Orquestra, como para o convidado e para o Maestro. Mas o melhor (diríamos nós!) ainda estava para vir após o intervalo.

Na segunda parte, foi brilhantemente interpretada a Sinfonia Nº5 em Dó menor Op.67 de L. V. Beethoven, “a tal música que vem nos telemóveis”, dizia a meu lado uma criancita durante o intervalo. De facto, por estas e outras razões, uma música para todos, realidade que justifica a sábia escolha desta música para este espectáculo por parte do Maestro. Pelo modo como se envolveu na direcção da orquestra, depreendia-se que o Maestro aprecia a força desta música, razão pela qual o mesmo “irradiava e transpirava música” a que ninguém passou indiferente.

Estes momentos inspiram-se e dão-me força para o meu dia-a-dia de adolescente.

No final, os aplausos foram enormes e imensamente merecidos. Brilhante e majestoso são os dois adjectivos me ocorrem referir para classificar este concerto.

Felizmente, em Portugal, é possível assistir a muito talento na música, como comprova este magnífico concerto.

Sempre que posso, assisto a um bom concerto. Aprecio muito estes espectáculos enquanto espectador e enquanto guitarrista.

Como aspectos negativos, há no entanto a comentar que a imprensa não esteve presente (pelo menos não me apercebi!), facto muito lamentável, que espelha o estado da cultura e da arte na nossa região e do nosso país em geral.

Francisco Baptista, 8.º B

* trabalho realizado no âmbito da actividade "Uma crítica - jornalismo cultural", do conteúdo curricular Os Media


1 comentário:

  1. Caros amigos, quero em primeiro lugar dar-vos os parabéns pela excelente iniciativa que é este blog.
    No entanto, não posso deixar de apontar uma informação errada neste post acerca do maestro Nikolay Lalov. A primeira ópera infantil composta em Portugal é "O Cábula" de Fernando Corrêa de Oliveira, com data de 1959. Depois dessa existe também "A Donzela Guerreira" (1995), da compositora Maria de Lourdes Martins.

    Cumprimentos
    Ricardo Carvalho

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